segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Guerra no mundo

Destino de reféns em shopping é "incerto", diz militar queniano após mais de 48 h de cerco

Do UOL, em São Paulo
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Atentado terrorista no Quênia59 fotos

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22.set.2013 - Militares quenianos tomam posição dentro do shopping Westgate, em Nairóbi, no Quênia, onde um tiroteio deixou dezenas de mortos, na manhã de sábado (22). A ação já dura mais de 24h e a polícia trabalha para libertar reféns. O grupo islâmico Al-Shabab assumiu ontem a autoria do ataque. Eles já haviam ameaçado atacar a capital queniana em 2011, em represália contra o envio de tropas à SomáliaLeia mais Nichole Sobecki/AFP
Um porta-voz militar disse nesta segunda-feira (23) à agência AP que o destino dos reféns que estão dentro de um shopping em Nairóbi, no Quênia, desde sábado, é 'incerto'. A declaração contradiz informes divulgados na noite de domingo, segundo os quais a "maioria" dos cativos já tinha sido resgatada.
O ministério do Interior anunciou às 14h (8h no horário de Brasília), que mais reféns foram libertados durante a manhã - sem informar o número de resgatados. Na ação, dois militantes islâmicos teriam sido mortos.
Disparos e explosões foram ouvidos dentro do centro comercial durante toda a manhã de hoje, mais de 48 horas após o início do cerco, disseram testemunhas. Até o momento, 69 pessoas morreram, de acordo com a Cruz Vermelha.

VEJA A LOCALIZAÇÃO DE NAIRÓBI

O presidente queniano, Uhuru Kennyata, havia afirmado ontem que cerca de 30 pessoas ainda eram mantidas reféns de "10 a 15" militantes do grupo islâmico Al-Shabab. Durante a noite, o Exército fez nova investida dentro do centro comercial logo após fortes explosões serem ouvidas no local.
Em uma nota divulgada na internet, o porta-voz dos shebab, Ali Mohamud Rage, ameaçou matar os reféns ante a "pressão" exercida por "Israel e outros governos cristãos".
"Autorizamos os mujahedines dentro do edifício a empreender ações contra os prisioneiros", disse.
Após uma série de fortes explosões nesta manhã, imagens do complexo comercial mostram uma grande coluna de fumaça saindo do local.

Grupo islâmico assume autoria

O grupo islâmico Al-Shabab assumiu no sábado a autoria do ataque, referindo-se à ação como revide à presença militar queniana em seu país. A rede de TV CNN divulgou que fazem parte do grupo terrorista pessoas da Finlândia, Somália, Canadá, Reino Unido, EUA e Quênia.
Um dos atiradores teria sido ferido e preso e morreu posteriormente por conta de seus ferimentos, segundo afirmaram autoridades locais à BBC. Outros quatro atiradores teriam sido detidos.

SAIBA MAIS SOBRE O GRUPO ISLÂMICO AL-SHABAB

  • Grupo responsável pelo ataque ao shopping chegou a controlar boa parte da Somália
Entre as vítimas do ataque estão cidadãos norte-americanos, britânicos, franceses e de países asiáticos, uma vez que o Westgate Mall é bastante frequentando por turistas, estrangeiros que trabalham no país e quenianos de alto poder aquisitivo. As autoridades ainda não divulgaram uma lista completa com os nomes das vítimas.
A França divulgou que as duas vítimas de nacionalidade francesa confirmadas eram mãe e filha e foram mortas no estacionamento do centro comercial.
"Duas de nossas compatriotas foram covardemente atacadas, executadas no estacionamento do shopping quando chegavam para fazer compras", disse Hélène Conway-Mouret, ministra encarregada de cidadãos franceses no exterior. 

Atiradores usaram granadas e fuzis

O grupo entrou no shopping center por volta de meio-dia (6h em Brasília) de sábado, atirando granadas e disparando com fuzis automáticos. Centenas de frequentadores do shopping conseguiram fugir do local; outros vários se esconderam dentro do shopping, onde puderam: cinema, supermercado, lojas.
O ataque é o maior no Quênia desde que uma célula da Al Qaeda no leste da África bombardeou a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, matando mais de 200 pessoas. Em 2002, a mesma célula militante atacou um hotel israelense e tentou derrubar jatos israelenses em um ataque coordenado. (Com agências internacionais)


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